6 de dez. de 2012

Líderes: a tradição dos sedãs

O Cruze não é líder, mas bem que merecia. (Chevrolet/Divulgação)

Depois dos hatches, eles são os que mais vendem em nosso mercado. São tidos como tradicionais, voltados para executivos ou para famílias, impondo respeito ou dando mais espaço (seja para os ocupantes, seja para as malas). Até novembro de 2012, se juntarmos os sedãs pequenos, compactos e médios (as categorias são da Fenabrave, mas elas não fazem muito sentido), 758.188 sedãs foram emplacados no Brasil (essa conta deixa de fora os sedãs grandes).

Isso ainda é menos do que apenas os hatches de entrada, mas é bastante carro. É um número de respeito. Os líderes desse segmento são grandes responsáveis por este número, claro, mas quem são eles? E por que eles estão onde estão?


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Sedãs Compactos


Dizem que os sedãs são automóveis de desenho tradicional. Pelo jeito, é só no desenho mesmo, porque essa é uma das categorias mais movimentadas ao longo dos últimos cinco anos. Apesar disso, um líder se consolidou e não saiu mais de lá. Foi a partir de 2006 que o Chevrolet Classic/Corsa Sedan começou a ser contabilizado a parte da versão hatch pela Fenabrave, já que até o ano em questão, não era possível saber ao certo as vendas apenas desta carroceria. O Fiat Siena sempre ocupou a segunda posição, sendo o queridinho dos taxistas e cheio de mimos aos seus donos.



Nestes últimos cinco anos, o destaque vai para a terceira posição: o Chevrolet Prisma emplacou nesta posição, durante 2007 e 2008. Acontece que ninguém esperava pela volta de um grande player do seguimento nos anos 1980 e 1990, o Volkswagen Voyage. O sedã alemão agradou aos brasileiros, pois tinha o conjunto racional e bem resolvido do Gol G5 (e, apesar da traseira lembrar o último Corsa Sedan e não ter nada a ver com os VW, era bonito). Em seu ano de lançamento, ficou na sexta posição, com 8.941 modelos emplacados. Entretanto, no ano seguinte vendeu 85.682 unidades, assumindo o lugar, até então, do Prisma.

O Prisma chegou bem no mercado, mas ficou tão defasado quanto o Classic, afinal, veio de um projeto já datado, o Celta. (Chevrolet/Divulgação)

O modelo da Chevrolet, curiosamente, não teve queda nas vendas -- como aconteceu neste ano, resultando na sua morte (calma, ele vai ressuscitar no ano que vem) --, pelo contrário, aumentou as vendas em cerca de 10 mil unidades (50.598 em 2008 e 62.462 em 2009), o Voyage apenas, literalmente, abriu espaço no seguimento, já que Siena e Classic também cresceram nas vendas. Isso deixa claro que o Volkswagen foi uma chegada impactante no seguimento, diria até que ele era o único modelo no top 5 do segmento que realmente merecia estar no topo, principalmente, por seu projeto moderno, aliado ao bom design e engenharia da Volkswagen, ele realmente era o sedã do Gol.

Porém, em 2012, até mesmo a posição número um está passando por uma revolução: o representante da Fiat, agora maior e mais completo, assumiu a liderança do seguimento a partir deste novembro. Enquanto isso, o Classic passa por uma queda gigantesca em suas vendas. (Vale dizer que, neste ano, o Siena começou vendendo menos que Voyage, pois todos já sabiam da nova geração que seria lançada.) Essa categoria representa bem o que está acontecendo, no geral, com os brasileiros. O país está em melhores condições econômicas e as pessoas estão tendo mais poder aquisitivo, estão ficando mais exigentes.

Com a nova geração, o Siena chega ao topo merecidamente, e só comprova que o modelo realmente tem 90% de pontos positivos. (Fiat/Divulgação)


O ano de 2012 marcou a defasagem do Classic,
seja em vendas, seja em termos de projeto.
(Chevrolet/Divulgação)
Assim, o Classic (que teve suas vendas somadas com o Corsa Sedan por todos estes anos) representava um carro barato com um bom porta-malas, mas pequeno, simples e, mais recentemente, ultrapassado. Ao passo que o Siena passou a ser... Grand, e a atender as novas necessidades da classe média brasileira: ele é um carro moderno, bonito e com um bom custo-benefício, além disso, não é mais tão pequeno quanto o Classic continua sendo. E, para aqueles que ainda não mudaram de vida, há o Siena EL, que é contabilizado nas vendas junto com o Grand Siena, a nova geração. (Ambas as marcas não divulgam o mix de vendas entre as nova e antiga gerações.)



Sedãs Médios


Enquanto isso, o segmento de sedãs médios precisa de uma novidade como foi a perda da liderança de um modelo defasado por um moderno na categoria de sedãs compactos. Não que, por aqui, existam projetos defasados, mas Civic e Corolla se intercalam na liderança, pelo menos, nestes últimos cinco anos (após roubá-la do Vectra) e falta alguma coisa ultimamente, eles já não são mais aqueles do tempo de New Civic.

Os japoneses chegaram ao topo por causa de sua confiabilidade e fama de pouca manutenção. Foi justamente por volta de 2006, com o New Civic, que o design também virou um ponto alto. Como disse no post do Cruze, os japoneses estão em dívida, já que mudam tão pouco nessa área e há concorrentes tão confiáveis e mais modernos quanto eles.


Com isso, só vale destacar aqui o declínio do Vectra, a chegada do Fiat Linea (que surpreende por ter ficado na quarta posição, em 2009, com 14.659 unidades emplacadas; sucesso para o histórico da montadora) e as ascensões de Cerato (que assumiu a terceira posição em 2010 e 2011) e Jetta (que roubou o quarto lugar do Linea em 2011).

Confira o primeiro post da série sobre líderes, com o VW Gol

Civic e Corolla, então, assumem a mesma posição do Gol em questão de méritos: podem não ser os melhores para assumir o primeiro lugar do seguimento (no ano de 2012, ainda não está claro quem ficará com o lugar: o Corolla tem 50.248 emplacamentos, contra 46.206 do Civic), mas também não são os piores. O Cruze seria uma boa indicação ao topo e, se o Elantra não tivesse o super IPI no seu preço, também seria um forte candidato.

[Dados: Fenabrave]

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